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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Revista Atrevidinha - Tesouros das tribos

Dia 19 de abril é Dia do Índio, e se você já está quebrando a cabeça pra pensar como vai fazer aquele trabalho sobre o assunto, que tal mergulhar mais fundo na cultura desse povo? O risco de acabar se apaixonando é grande. Basta olhar as imensas diferenças entre a cultura deles e a nossa com bastante respeito e zero de preconceito. Pronta para começar?

Por Rita Trevisan e Giovana Pessoa Ilustração: Leonardo Conceição



http://atrevidinha.uol.com.br/atrevidinha/beleza-idolos/84/tesouros-das-tribos-dia-19-de-abril-e-dia-212866-1.asp



Todo mês de abril é a mesma coisa: na escola, nos programas de TV, na internet e em mais uma porção de lugares, os índios passam a ser assunto quase que obrigatório. Afinal, o dia 19 é a data especialmente reservada no calendário para comemorar a existência desse povo, que já estava aqui quando os portugueses chegaram e "descobriram" o Brasil. Mesmo com o passar dos anos, muitas tribos ainda mantêm vivos seus costumes e seus rituais, que são pra lá de interessantes. Hoje em dia, muitos índios têm até acesso à tecnologia: assistem a novelas, escrevem em blogs, trocam e-mails com gente de todo canto e até batem papo no celular. E ainda usam toda essa tecnologia para divulgar a cultura do seu povo. Legal, né?



Pai de todos

Você já deve ter ouvido falar que toda nação indígena tem um pajé, certo? Pois bem: ele é tipo o pai de todos, o membro mais velho da família e a quem todos respeitam pela sua sabedoria. O pajé é, ao mesmo tempo, o médico e o líder religioso, que ensina as tradições para as crianças e realiza as cerimônias de casamento, por exemplo. Pajé, na verdade, é um termo da língua tupi. Outros povos até usam nomes diferentes para designar esse líder. Na tribo dos maraguás, o pajé é conhecido como malyli e, entre os saretés, é o painy.

Ele é o cara!

O cacique é outra figura importante entre os indígenas e é como se fosse o presidente, o líder que toma as decisões e que é muito respeitado por todos. Do mesmo modo que o pajé, em cada tribo ele recebe um nome diferente. Na língua dos maraguás, por exemplo, o cacique é conhecido como tuxawa. Ah! E tem mais: uma vez tuxawa, sempre tuxawa. Isso porque, nas nações indígenas, não rola essa história de votação. Ele só será substituído no posto quando bater as botas. Ou quando virar estrela. Ou quando for dessa para melhor, como queira.

Ô, lá em casa!

As casas dos índios, chamadas de ocas, são feitas de pau a pique. Elas são construídas apenas com taipas, uma mistura de barro sustentado por pedaços de madeira, e depois são cobertas com palhas ou folhas grandes de árvores, como as da palmeira. E as moradias são coletivas, ou seja, todo mundo mora junto, como uma grande família, e divide tudo: as redes pra dormir, o lugar de brincar, a cozinha... Os únicos objetos pessoais são os instrumentos de trabalho, como arcos, flechas e machados. Pense nisso antes de reclamar de dividir o quarto com sua irmã.

Emprego pra quê?

Acredita que não existe essa história de emprego, chefe, nem de salário na sociedade indígena? Eles trabalham, sim, mas de um jeito diferente. Na verdade, eles dividem as tarefas diárias de acordo com o sexo e a idade. As mulheres, por exemplo, cozinham, fazem as panelas com barro e argila, cuidam das crianças, plantam e colhem os alimentos e também são responsáveis por pintar os corpos dos homens. Já os homens vão à caça, pescam e, quando têm algum ritual, eles é que dançam, enquanto elas cantam. Já os curumins, os indiozinhos, acompanham os pais nos trabalhos e vão aprendendo sobre as suas responsabilidades desde muito cedo.

Trabalho NOTA 10

Para ajudá-la a fazer com vontade o seu trabalho sobre os índios e garantir um notão, existem vários sites de pesquisa que oferecem muitas informações interessantes e são superconfiáveis:



Depois de juntar bastante informação, que tal pensar em formas diferentes de apresentar o que descobriu para o professor e para os colegas? Algumas ideias:



Você, índia! Eu, índia também!


Agora, se você acha que os índios não têm nadinha a ver com a nossa cultura, espere até ouvir essa: como eles foram os primeiros habitantes do Brasil, a maioria das famílias do nosso país, quando começou, trazia algum tipo de mistura de raças, geralmente entre os índios, os europeus e os africanos. Daí, se procurar bem, é possível que quase todo mundo tenha, mesmo que lá longe, um ou outro parente que usa cocar e penacho na cabeça. Além disso, mesmo não convivendo com os índios, muitas coisas do nosso dia a dia foram influenciadas por eles. Duvida? Vai me dizer que você nunca dormiu numa rede? Ou que não fica com água na boca quando alguém aparece ao seu lado comendo milho, mandioca, farinha e tapioca? Todas essas influências vêm dos índios! E tem mais: o nosso idioma também assimilou muito da cultura indígena, principalmente dos tupis. Carioca, por exemplo, vem de kari ("branco") e oca ("casa"), ou seja, "casa de branco". Maracanã, samambaia, guaraná, paçoca, perereca, pipoca e jabuticaba também têm origem na língua indígena. Curioso, né?


QUEM DEU AS DICAS: Eliane Potiguara, escritora de origem potiguara; Marcondes Secundino, antropólogo, coordenador do Núcleo de Estudos Indígenas (NEIN/CGES), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e Yaguarê Yamã, escritor de origem maraguá, autor do livro Kurumi Guaré no Coração da Amazônia (editora FTD).

Revista Atrevida - Meu melhor amigo gay

Só quem tem um GBF (gay best friend) sabe o quanto é legal. Mas, pra levar a amizade adiante, é preciso estar preparada para enfrentar o preconceito que (ainda!) existe.


Por Rita Trevisan e Giovana Pessoa / FOTOS: DIVULGAÇÃO / REPRODUÇÃO



Quando eu quero entender como funciona a cabeça dos homens, sempre pergunto ao meu amigo gay. Afinal, o fato de ele gostar de meninos, como eu, não o faz menos homem, né? E ele me ajuda muito, me dá dicas de como conquistar. Ele vê as situações de um outro jeito e ainda é sincero comigo. Acho que um menino hétero dificilmente faria o mesmo", conta Paula Siqueira, de 15 anos. Ela é uma das muitas adolescentes que têm um amigo gay para chamar de seu e que sabem aproveitar o fato de ter um amigo homem, mas que não se interessa por mulheres. O GBF da Paulinha ainda a produz para as baladas e topa ficar horas rodando o shopping atrás de um modelito incrível para o primeiro encontro dela. "Outro dia, ficamos cinco horas de loja em loja. Ele me fez experimentar um monte de coisa e ia dizendo o que combinava ou não comigo", diz. Para Jenifer Poet, de 17 anos, o grande barato de ter um amigo que não vai tentar seduzir você é justamente esse: o de poder se abrir de verdade com o cara, sem se preocupar com a impressão que vai causar. "Os garotos héteros nunca querem só amizade e, mesmo quando eles não têm outras intenções, a amizade acaba se eles começam a namorar, porque a namorada fica com ciúme da turma. Já a amizade com o gay é à prova de namoro e pode durar um tempão. Além disso, os gays são mais sensíveis", garante Jenifer.








de cara com o preconceito

É claro que uma amizade desse tipo não nasce do dia para a noite. Um GBF normalmente só se revela quando percebe que, do outro lado, encontrará alguém capaz de acolhê-lo sem julgar ou criticar.

"Meu amigo demorou um tempo para me contar sobre a orientação sexual dele, só tocamos no assunto quando estávamos mais íntimos. Um dia, ele me mostrou a foto do namorado com quem estava há mais de um ano. Ele me disse também que tinha tentado namorar uma garota, mas que não tinha dado certo. Eu me coloquei no lugar dele e entendi a situação. Desde então, tento ser uma boa amiga, pois sei o quanto ele confia em mim", conta Jacqueline Oliveira, de 20 anos. Ela, como a maioria das meninas, ficou um pouco bolada com a história no começo, mas acabou percebendo que a sexualidade dele acabava não influenciando em nada na relação bacana que eles já tinham.

Com a Paulinha rolou a mesma coisa. "A gente acha que não tem preconceito, só que, quando acontece bem perto não é tão simples assim. Mas hoje eu levo na boa. Sei que ele enfrenta a maior barra e o admiro pela coragem que teve ao assumir a orientação sexual dele", conta. Porém, como se não bastasse enfrentar o próprio preconceito, é preciso lidar com a galera que fica olhando torto. "Já aconteceu milhões de vezes de eu estar no shopping com ele e as pessoas começarem a cochichar e a dar risada, ao perceber o jeito dele. Eu fico muito sem graça", lembra Jenifer. A Jacque, por sua vez, também tem de enfrentar a galera do contra dentro da própria casa. "Meus pais não aceitam a minha amizade com ele. Na cabeça deles, todo gay é sem vergonha, drogado.

Eles não entendem que ele é um ser humano, que tem qualidades e defeitos como qualquer outro", diz.

"Uma vez, levei meu amigo a uma festa na casa da minha avó. Mas me arrependi! Eles ficavam olhando e falando dele, sem nem disfarçar. Briguei com a família toda",

lembra Jacque. É claro que armar barraco, como fez a nossa leitora, não é a saída mais bacana. Aliás, é bem provável que tentar convencer alguém que pensa de um jeito diferente, só pelo discurso, não funcione. Então, o melhor que você tem a fazer é curtir e respeitar o seu GBF, sem dar muito ibope para quem não entende que essa amizade, como qualquer outra, está baseada na cumplicidade e no carinho.



1 Ao receber a notícia (ou a confirmação) de que o seu amigo é gay, nada de ficar acusando o menino de "esconder o jogo" por não ter contado antes. Tudo o que ele precisa, nessa hora, é saber que poderá continuar com a sua amizade.

2 Tente não mudar o seu jeito de tratar o garoto. Você não precisa ser mais dura com ele nem ter pena por causa da orientação do cara, já pensando que ele vai sofrer preconceito e tal. Nada a ver. Trate-o exatamente como faz com qualquer outro amigo da sua turma.

3 Tudo bem que você fique supercuriosa sobre a forma como dois homens se relacionam. Mas não vale invadir a intimidade do seu GBF com um montão de perguntas, de uma hora para outra. Pior ainda você insistir para que ele conte detalhes dos namoros e ficadas dele, quando o garoto dá na cara que não está afim ou não está à vontade para se abrir.

4 Se já sabe que a sua família ou um grupo de amigos tem um tremendo preconceito contra os gays, não queira levá-lo a uma baladinha com essa galera, na tentativa de "provar para eles o quanto o seu GBF é incrível". A intenção é das melhores, mas não garante que você vai ter sucesso. E, se der errado, você e seu amigo vão acabar voltando pra casa bem magoados. E nenhum dos dois precisa passar por isso, né?

5 Se o seu amigo faz o tipo discreto, respeite a opinião dele. E não fique comentando com Deus e o mundo o que ele confessou só pra você.

6 Você não se sente bem o vendo beijar outro cara na boca? Ou falando certas coisas sobre o relacionamento dele? Então, diga isso ao seu GBF, na boa. Afinal, toda amizade, pra ser bacana, precisa ser marcada pela sinceridade.

7 Nunca, jamais, tente empurrar uma amiga sua pra cima do garoto. Primeiro porque dificilmente vai funcionar (a menos que o garoto seja bi e esteja meio em dúvida). Segundo, porque seu amigo vai achar que você não o aceita de verdade.

8 Se uma piada envolvendo gays escapar da sua boca, na frente do seu amigo, nada de ficar se culpando pelo resto da eternidade. É claro que é bom se policiar para evitar uma nova saia-justa. Mas talvez a história passe meio despercebida se você continuar agindo naturalmente. Pode acreditar: não é isso o que vai fazer seu amigo se decepcionar com você.

9 Não entre numas de achar que o seu amigo, por ser gay, vai dar em cima de todos os caras bonitos do mundo - incluindo o seu irmão e o seu namorado. É só pensar um pouco: você, sendo hétero, dá em cima de qualquer cara?

10 Não espere que seu amigo gay entenda tudo de moda ou saiba de cor todas as músicas da Lady Gaga. Isso é um estereótipo. Em geral, quando acreditamos que todos os gays agem de uma determinada maneira e gostam só de certas coisas, estamos tendo uma visão bastante limitada deles. E daí para o preconceito, é só um passo. Melhor que isso é simplesmente aceitar seu amigo como ele a aceita, com o seu jeitinho único de ser.

Imitando a vida real


No cinema e na TV, os GBFs também marcam presença. Vai vendo!

1 - Glee: Mercedes (Amber Riley) era apaixonada por Kurt (Chris Colfer), pois não sabia que ele era gay. Porém, quando caiu na real, os dois acabaram virando grandes amigos e, juntos, conseguiram entrar para a turma dos líderes de torcida do colégio, que era o maior sonho da vida deles.

2 - Ugly Betty: Amanda (Becki Newton) e Marc (Michael Urie) fazem a dupla mais venenosa - e engraçada - da série. O mais bacana é que os dois não se desgrudam e não pensam duas vezes antes de armar qualquer plano maluco para se dar bem.

3 - Will & Grace: Will (Eric McCormack) é um advogado gay e Grace (Debra Messing) é uma design de interiores heterossexual. Na série, os dois trocam altas ideias e vivem uma relação intensa de amizade. Will faz o tipo companheiro de todos os momentos.

4 - Ti-Ti-Ti: Julinho (André Arteche) é o GBF que toda garota gostaria de ter, mas que só a Marcela (Ísis Valverde) tem: além de sensível e superfofo, o garoto faz uma escova como ninguém, já que é cabeleireiro. Tudo de bom!

5 - Desenrola: no filme, enquanto Priscila (Olivia Torres) planeja sua primeira vez, ela aproveita os toques espertos do amigo gay, Caco (Daniel Passi), que é um verdadeiro conselheiro, faz de tudo para ajudar a amiga a conquistar Rafa (Kayky Brito).