Por Rita Trevisan e Giovana Pessoa / Ilustração: Isabela Santos

DE GRAVATA NO VERÃO
Acredita que, em alguns lugares do Egito, durante o ano, a temperatura chega aos 45 graus no meio do dia? O detalhe é que, por causa da religião da maioria das pessoas por lá, o Islamismo, a galera não pode nem pensar em sair de short e miniblusa. Que nada! A regra é cobrir totalmente os ombros e os joelhos. Então, no dia a dia, muita gente usa a Galabeya. É como se fosse uma túnica, ou vestido, geralmente enfeitado e colorido, mas que, apesar de comprido, é bem leve e fresquinho. É claro que também rola jeans e camiseta, como aqui no Brasil. Nossa, mas dá calor só de pensar, né?
E tem mais: nas escolas, não entra quem estiver de uniforme basiquinho. Em grande parte dos colégios, ainda é comum que os meninos sejam obrigados a vestir calça social, camisa e gravata. E as meninas também usam gravata e camisa, mas combinando com uma saia.
BALADA EGÍPCIA
Agora, se tem uma coisa que os egípcios gostam de fazer é festejar! Quando acontece um casamento, por exemplo, é esperado que o noivo e a noiva desfilem em carros abertos pela cidade, enfeitados com flores e fitas, da forma mais luxuosa possível, antes da cerimônia. Depois disso, os convidados são recebidos pelo Zaffe, grupo de dançarinos e músicos que acompanha a entrada dos pombinhos no local da festa. Quando chega lá, o casal tem de se sentar no Kosha, uma espécie de trono, pois eles são considerados os reis da (*) festa. É só então que os convidados começam a brindar e que acontece a troca de alianças convencional. E, por falar em festa, é nas reuniões de amigos que o pessoal costuma servir um lanchinho chamado Shawarma. Ele é feito com pedaços de carne de cordeiro assada (como no churrasco), salada e molhos, tudo enroladinho no pão sírio (aquele redondo e bem fininho). É mais ou menos como o cachorro-quente aqui do Brasil: barato, fácil de fazer e bem popular entre os convidados.
DORMIR? SÓ DEPOIS DAS TRÊS!
Seus pais reclamam quando você quer ficar acordada até tarde? Pois saiba que, no Egito, até mesmo as crianças pequenas podem ir pra cama em plena madrugada. Lá, as escolas e o trabalho não começam antes das 9h30. Em compensação, as aulas vão até as 15h, mais ou menos.
Só que o mais bacana ainda está por vir: imagine que tirar uma sonequinha à tarde é um costume muito forte no Egito. Então, é supernormal encontrar lojas e restaurantes fechados nesse período. A galera vai pra casa, afofa o travesseirinho e tira o sono atrasado. Depois, à noite, dá mais uma trabalhadinha. E dorme quando a noite já está alta, lá pelas 3h.
Outra curiosidade é que, também por conta da religião, nas famílias mais tradicionais não existe essa história de ficar e nem de namorar, que é aceita na boa por aqui. Lá, são os pais dos noivos que arranjam o casamento e, até o dia da festa que oficializa a união, o casalzinho não pode sequer se tocar. Beijar e abraçar, então, nem que a vaca tussa!
SÓ PRA SABER As pirâmides foram feitas pelos egípcios há muito tempo, por volta de 2550 a.C. São construções imensas e serviam para guardar o corpo e os tesouros dos faraós, depois da morte. Mas o que até hoje deixa os pesquisadores com a pulga atrás da orelha é o fato de o povo do lugar ter sido capaz de erguer estruturas tão grandes e resistentes numa época em que a tecnologia era muito precária. Para você ter uma ideia, esses monumentos estão em primeiro lugar na lista das sete maravilhas do mundo antigo, mas são as únicas que resistiram, intactas, à passagem do tempo.
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Quem deu as informações: Cássio de Araújo Duarte, pesquisador do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Julio Gralha, professor de História Antiga e Medieval da Universidade Federal Fluminense.